Maioridade, no aspecto legal da
palavra, acontece conforme a pessoa atinge uma determinada idade cronológica,
previamente estabelecida, com a qual se supõe ter adquirido capacidades
intelectuais e físicas suficientes para exercer, com seu próprio juízo, alguns
atos da vida civil como votar, tirar carteira de habilitação ou contrair
matrimônio. Porém, em determinados casos, como o do casamento, que em geral
ocorre quando o menor gera um filho, ou em casos de viagens para o exterior, é
possível aos pais e autoridades competentes concederem a alguns menores a
emancipação em idade antecipada.
Quando se trata de emancipação
pessoal sob o âmbito da maturidade espiritual, porém, não há um indicativo
claro e decisivo, tampouco um órgão de avaliação que faça a aferição deste
estágio.
Em casos que se evidenciam por
projeção mundial, como o de Gandhi, Chico Xavier, Madre Tereza de Calcutá ou
Irmã Dulce, por exemplo, tal aferição se torna desnecessária, pois até mesmo o
mais tolo dos humanos é capaz de referendar a maturidade espiritual desses
espécimes mais raros.
Mas a maioridade espiritual não
resulta, necessariamente, em projeção social. Se alguns o tiveram por efeito do
trabalho benemérito, a projeção e o reconhecimento são fatores consequentes. Mas
quando o indivíduo prefere viver em anonimato, ainda que tenha a alma desperta,
exerça o bem e sua maturidade, dificilmente a altitude do seu espírito é
reconhecida.
O difícil, para a maioria, é
imaginar que pessoas comuns podem se tornar despertas, pessoalmente
emancipadas, mesmo sem se sentirem em santidade. Mas desde que o seu cálice esteja
esvaziado, isto também será possível.
Um dos aspectos principais da
nossa missão de vida é olvidar as crenças que nos mantiveram à margem das
possibilidades evolutivas e mergulhar no universo quântico, onde nos reconhecemos
os autores, e não a obra.
A dificuldade atual em nos
permitirmos o esvaziamento que nos coloca na posição de “observadores criativos”
advém do fato de confundirmos a ilusão com a verdade, a projeção holográfica
com a realidade.
Estamos no limiar de um era de
espiritualização, na qual os conceitos pré-concebidos caem por terra para darem
lugar à manifestação da “verdade real”.
Esvaziar o cálice do
conhecimento, desconstruir as imagens formadas em nosso psiquismo sobre o mundo,
o universo, nós mesmos e tudo mais, pode ser tarefa para uma vida inteira ou
apenas alguns minutos, tudo depende da disposição íntima para empreender tal
obra.
Se você estiver disposto, o
conhecimento necessário virá até você.